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Da Redação do Radar Literário


O movimento literário em Campinas acaba de ganhar um evento marcante e repleto de simbolismo: o primeiro sarau feminista promovido por um clube de leitura local. Esta iniciativa inovadora, que ocorreu nas dependências de um espaço cultural da cidade, não só exaltou a literatura produzida por mulheres, mas também ofereceu um palco vibrante para debates sobre questões sociais relevantes, como igualdade de gênero, direitos das mulheres e o papel da literatura na transformação social.


Fonte: Divulgação
Fonte: Divulgação

O sarau, que se consolidou como um dos eventos literários mais esperados da temporada, reuniu uma diversidade de participantes, entre leitores apaixonados, escritoras locais, e membros da comunidade feminista. Ao longo do evento, a literatura feminina foi celebrada em suas múltiplas formas, com recitações de textos de escritoras clássicas e contemporâneas, além de performances de poemas, músicas e peças teatrais de temáticas feministas.


O Clube de Leitura, que já tem se destacado por suas discussões literárias enriquecedoras e inclusivas, se propôs a criar um ambiente seguro e acolhedor para todas as mulheres, convidando-as a compartilhar suas experiências, histórias e visões de mundo por meio da literatura. A proposta do sarau, segundo as organizadoras, é dar visibilidade a autoras que, muitas vezes, são deixadas de lado ou marginalizadas pelo mercado editorial, e também valorizar a literatura como ferramenta de empoderamento e resistência.


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O evento foi cuidadosamente curado, destacando textos de autoras que não apenas enriqueceram a literatura brasileira e internacional, mas também se tornaram símbolos de luta e representatividade feminista. Entre as autoras lidas e discutidas estavam clássicos de nomes como Virginia Woolf e Simone de Beauvoir, ao lado de contemporâneas como Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro, e Tatiana Salem Levy. Além da leitura de obras, houve espaço para discussões aprofundadas sobre como a literatura pode ser um agente de mudança social, principalmente quando voltada para as questões de gênero.


O sarau também se propôs a ser mais do que uma simples leitura ou discussão literária. Ele foi um ponto de encontro para mulheres de diferentes gerações e experiências, que compartilharam suas vivências e reflexões sobre o papel da mulher na sociedade contemporânea. Muitas escritoras locais tiveram a oportunidade de apresentar seus próprios textos e poemas, revelando a força e a pluralidade da literatura feminista emergente em Campinas. Além disso, o evento contou com a participação de autoras que, embora reconhecidas no cenário literário nacional, raramente têm suas obras debatidas em espaços tradicionais.


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Uma das maiores contribuições deste sarau foi dar visibilidade às escritoras de Campinas e região, oferecendo-lhes uma plataforma para expor suas obras e alcançar novos públicos. O evento trouxe à tona a rica produção literária de autoras locais, que muitas vezes enfrentam desafios para serem reconhecidas em um mercado editorial dominado por homens. O sarau, portanto, não foi apenas uma celebração de autoras, mas também um ato político que visa quebrar as barreiras que limitam o acesso das mulheres à literatura e ao mercado editorial.


O evento foi dividido em várias atividades, com momentos de leitura e interpretação de obras, performances artísticas, mesas-redondas e debates. As participantes, muitas delas escritoras ou ativistas feministas, discutiram o papel da mulher na literatura e nas artes em geral, e como as questões de gênero podem ser abordadas de maneira mais eficaz em livros, poesias e outras formas de expressão. O sarau também incluiu a leitura de textos que desafiam as normas sociais e questionam as estruturas de poder que historicamente têm oprimido as mulheres.


Além da literatura, o sarau incluiu apresentações de músicas e performances de poesia, com destaque para artistas locais que trouxeram à tona a luta feminina em suas composições. A música e a poesia se tornaram, assim, ferramentas de resistência, expressão e libertação, dando uma voz ainda mais forte à mensagem feminista do evento.


O ambiente do sarau foi envolvente e acolhedor, com as organizadoras cuidando para que cada participante se sentisse valorizada e ouvida. O espaço foi cuidadosamente decorado, com obras de arte de artistas mulheres e frases inspiradoras de grandes pensadoras feministas espalhadas pelas paredes. A intenção era criar um ambiente que fosse tanto um espaço de aprendizagem quanto de celebração, onde as participantes pudessem se sentir empoderadas e inspiradas a continuar suas jornadas literárias e pessoais.


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O sarau feminista também serviu como uma plataforma para discussão sobre a importância da literatura como um veículo de transformação social. Ao dar voz a escritoras e artistas mulheres, o evento deixou claro que a literatura tem o poder de não só entreter, mas também de educar e de questionar as normas estabelecidas. A mensagem central do evento foi clara: é preciso garantir que as mulheres tenham um lugar de destaque na literatura e na sociedade, e que suas histórias, suas lutas e suas conquistas sejam reconhecidas e celebradas.


O evento gerou um grande impacto na comunidade literária de Campinas, com muitos participantes expressando seu desejo de que esse tipo de evento se torne mais frequente. A resposta positiva ao primeiro sarau feminista é uma demonstração de que a literatura tem, sim, o poder de unir as pessoas em torno de causas importantes e de promover mudanças significativas na sociedade.


Em resumo, o primeiro sarau feminista promovido pelo clube de leitura de Campinas não foi apenas uma celebração literária, mas um evento de resistência, conscientização e empoderamento. Ele destacou a importância da literatura feminina e o papel vital que ela desempenha na luta pela igualdade de gênero e pelos direitos das mulheres. Mais do que um simples encontro, o sarau foi um passo importante para garantir que as vozes das mulheres continuem a ser ouvidas e valorizadas, tanto na literatura quanto em todos os outros campos da sociedade. E, sem dúvida, o evento marcou o início de uma nova era para a literatura feminista em Campinas, com muitas outras iniciativas semelhantes a serem esperadas no futuro próximo.

 
 
 

Da Redação do Radar Literário.


O ano de 2025 promete ser inesquecível para os amantes da literatura fantástica. O podcast Teoria Literária, apresentado pelo jornalista, escritor e professor Raul Silva, anuncia oficialmente o Projeto Tolkien 2025, uma experiência literária ambiciosa e imersiva que convida os leitores a explorarem o vasto e fascinante legendário da Terra-média, criado por J.R.R. Tolkien. Este projeto, inspirado na ordem de leitura escalonada proposta pelo canal Tolkien Tolk, no YouTube, será uma verdadeira celebração do trabalho de um dos autores mais influentes do século XX e terá início em fevereiro de 2025.


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O Projeto Tolkien 2025 é mais do que um simples plano de leitura; é uma jornada épica estruturada em três fases cuidadosamente delineadas, que abrangerão tanto as obras mais conhecidas de Tolkien, como O Hobbit e O Senhor dos Anéis, quanto textos menos explorados, como O Silmarillion, Os Filhos de Húrin e as Aventuras de Tom Bombadil. Além disso, o projeto inclui leituras de textos auxiliares, como A Queda de Númenor e as cartas de Tolkien, oferecendo aos participantes uma compreensão mais ampla do universo tolkieniano e dos temas que permeiam sua obra.


Uma Jornada Literária Dividida em Fases
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A proposta do projeto está estruturada em três fases que conduzem os leitores a uma exploração progressiva do legendário de Tolkien. Na Fase 1, os participantes serão introduzidos ao universo através de uma leitura sequencial das histórias mais centrais, começando com O Hobbit e avançando pelos volumes de O Senhor dos Anéis, complementados pelo apêndice que narra o conto de Aragorn e Arwen. Essa fase culmina com O Silmarillion, um compêndio de mitos e histórias que formam a base do mundo de Tolkien.


Na Fase 2, o foco se volta para narrativas mais específicas, como A Queda de Númenor e Beren e Lúthien, expandindo a visão dos leitores sobre as raízes mitológicas da Terra-média. Por fim, a Fase 3 apresenta uma abordagem detalhada de textos complementares, incluindo capítulos de Contos Inacabados, análises de apêndices e trechos que exploram aspectos como a história de Galadriel e Celeborn e a Demanda de Erebor. Essa progressão não apenas respeita a complexidade das obras, mas também cria uma experiência de leitura coesa e envolvente.


Os Livros: Um Olhar Detalhado

Cada obra incluída no projeto oferece uma janela única para a imaginação de Tolkien. O Hobbit apresenta a aventura inicial de Bilbo Bolseiro, um personagem aparentemente comum que é arrastado para uma jornada de autodescoberta e heroísmo. O Senhor dos Anéis, dividido em A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei, aprofunda-se na luta épica contra Sauron, com temas que exploram amizade, sacrifício e a resistência ao poder corruptor.


O Silmarillion mergulha na cosmogonia e na história antiga da Terra-média, enquanto Os Filhos de Húrin e Beren e Lúthien oferecem narrativas trágicas e heroicas sobre personagens que marcaram os tempos antigos deste universo. As Aventuras de Tom Bombadil, por sua vez, apresenta uma faceta mais leve e poética do trabalho de Tolkien, enquanto The Road Goes Ever On explora o poder da música e da poesia em sua mitologia.


Conexões Temáticas e Reflexões

O projeto não é apenas uma viagem pela Terra-média, mas também uma oportunidade para os leitores refletirem sobre questões profundas e universais que permeiam o trabalho de Tolkien. Desde a luta entre o bem e o mal até temas como a corrupção do poder, o valor da amizade e a resiliência diante da adversidade, as obras de Tolkien oferecem insights atemporais que continuam a ressoar no mundo moderno.


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Além disso, a leitura em fases e a inclusão de textos auxiliares permitem que os participantes explorem como Tolkien construiu um universo tão vasto e detalhado, utilizando mitologia, linguística e história como bases para suas histórias. Essa abordagem torna o Projeto Tolkien 2025 não apenas uma experiência literária, mas também uma imersão cultural e intelectual.


Um Convite à Leitura Coletiva

O podcast Teoria Literária convida todos os leitores a embarcarem nessa jornada única. A proposta é que o projeto seja um esforço colaborativo, onde cada participante possa compartilhar suas impressões, reflexões e descobertas ao longo da leitura. Para quem deseja acompanhar, os detalhes completos do projeto serão apresentados em um episódio especial do podcast, previsto para ser lançado ainda em janeiro de 2025.


Enquanto isso, a equipe do Teoria Literária incentiva todos os interessados a se prepararem para o início do projeto em fevereiro e a se juntarem a essa comunidade de leitores que compartilham o fascínio pelo trabalho de Tolkien. Com um cronograma bem estruturado e o suporte de discussões semanais promovidas pelo podcast, o Projeto Tolkien 2025 promete ser uma experiência transformadora para leitores experientes e iniciantes.


Prepare sua mochila, ajeite seu cajado e junte-se a essa aventura. A estrada continua além do horizonte, e cada página nos aproxima mais do coração da Terra-média. Não perca esta oportunidade de explorar um dos mundos mais ricos e cativantes da literatura universal, na companhia do Teoria Literária. Afinal, como diria Bilbo Bolseiro, “É uma coisa perigosa sair por aí porta afora... Você pisa na estrada, e se não controlar os pés, não há como saber até onde você pode ser levado.”

 
 
 

Por Raul Silva para o Radar Literário


Em dezembro de 2024, dois importantes prêmios nacionais destacaram nomes da literatura fantástica e insólita brasileira: o Prêmio Argos e o Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica. Essas premiações têm como objetivo reconhecer e valorizar obras e autores que contribuem para o enriquecimento do gênero fantástico no país.


Foto da cerimônia do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica, realizada no início de dezembro em Porto Alegre | © Roberta Scheffer
Foto da cerimônia do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica, realizada no início de dezembro em Porto Alegre | © Roberta Scheffer

O Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica, criado em 2018, é um desdobramento da Odisseia de Literatura Fantástica, evento realizado em Porto Alegre desde 2012. Em sua sexta edição, o prêmio contemplou 11 categorias, abrangendo desde narrativas curtas até narrativas longas, incluindo categorias de projeto gráfico, quadrinhos, textos acadêmicos e contos inéditos. Os vencedores de 2024 foram:


  • Projeto Gráfico: Daniel Gruber – A Noite do Cordeiro (O Grifo)

  • Quadrinhos Fantásticos: Alexey Dodsworth e Cristina Lasaitis – As Confissões da Bahia em Quadrinhos (Edição dos Autores)

  • Narrativa Longa Literatura Juvenil: Marcelo Cassaro e Marlon Teske – Anomalia vol. 1 (Jambô)

  • Narrativa Curta Fantasia: Auryo Jotha – A Feira do Troca-Troca Onde um Filhote de Onça Vale um Rádio de Pilha (Motim Books)

  • Narrativa Curta Ficção Científica: André Cáceres – Esperando o Dono (Caos & Letras)

  • Narrativa Curta Horror: João Mendes – Corpo de Barro (Escambau Editora)

  • Narrativa Longa Fantasia: Camila Fernandes e David Hoffmann – Jornadas Extraordinárias a Vidas Distantes (Sisko)

  • Narrativa Longa Ficção Científica: Cirilo S. Lemos – Um Milhão de Mim (Editora Draco)

  • Narrativa Longa Horror: Thunder Dellú – Os que Sobem à Noite (AVEC Editora)

  • Artigos Fantásticos: George Amaral – O Estranhamento na Ficção do Antropoceno - Teorias e Reflexões sobre o Estranhamento na Ficção (Bandeirola Editora)

  • Contos Inéditos: Patrícia H. Aafantis – Poeira Oceânica


O Prêmio Argos, por sua vez, é organizado pelo Clube de Leitores de Ficção Científica (CLFC) desde 2000. A entidade, fundada em 1985, tem como objetivo visibilizar a ficção científica na literatura e no cinema. Entre os vencedores de 2024, destacam-se:


  • Conto: Juliane Vicente

  • Organizadora de Antologia: Ana Rüsche

  • Romance: Cirilo Lemos


Essas premiações refletem o crescimento e a diversificação da literatura fantástica brasileira, evidenciando a qualidade e a criatividade dos autores nacionais. Além disso, ressaltam a importância de reconhecer e valorizar obras que exploram o insólito, o fantástico e o especulativo, contribuindo para o enriquecimento cultural do país.


Para mais informações sobre os vencedores e as categorias dos prêmios, recomenda-se consultar os sites oficiais do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica e do Prêmio Argos.


 
 
 
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