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Enquanto a governadora Raquel Lyra se apresenta como a arquiteta de um novo horizonte para Pernambuco, com discursos que beiram o lírico e a promessa de transformação radical, a realidade do estado se revela num cenário de profundo descaso e inércia. A narrativa oficial, adornada com gráficos que atestam a suposta queda nos índices de violência e melhorias na gestão dos serviços públicos, esconde o verdadeiro fado de um governo que, embora se vanglorie de ser visionário, não consegue materializar as transformações necessárias para sanar os problemas estruturais do Estado.

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Nas palavras ensaiadas e nos discursos carregados de metáforas e castelos de palavras, a governadora tenta pintar um quadro de progresso onde escolas se erguem, hospitais prosperam e a segurança pública alcança patamares inéditos. Porém, essa construção narrativa se desfaz diante do testemunho doloroso dos cidadãos pernambucanos. Em bairros das periferias e em centros urbanos, as escolas vêm “caindo” – não em sentido literal, mas na medida em que a infraestrutura deficiente, a falta de investimentos e a negligência sistemática transformam o ambiente escolar em um espaço de abandono e risco. Hospitais, por sua vez, que deveriam ser templos de cuidado e esperança, frequentemente deixam de atender adequadamente, refletindo uma administração que prioriza discursos retóricos em detrimento de ações concretas.

Reprodução Rede Globo
Reprodução Rede Globo

A segurança pública, um dos pilares que a gestão pretende fortalecer, torna-se, na prática, um eco distante. Os dados oficiais, muitas vezes apresentados com otimismo forçado pelo SDSPE, contrastam com o cotidiano de violência que permeia as ruas. Furtos, assaltos e crimes violentos continuam a se multiplicar, enquanto os cidadãos se veem desamparados por um aparato policial sucateado e desprovido dos recursos prometidos. Servidores públicos, por sua vez, sofrem diariamente as consequências de uma gestão improvisada, onde a retórica não se traduz em políticas eficazes e onde a promessa de uma "transformação real" permanece inalcançável.

É nesse contexto que se revela a ironia do tempo: enquanto o governo ensaia discursos de mudança e inovação, o Estado se afunda num mar de omissões e falhas históricas. Se a política fosse um poema, o governo Lyra seria uma ode inacabada – repleta de rimas bonitas e promessas sedutoras, mas desprovida do conteúdo sólido e necessário para sustentar as necessidades urgentes do povo pernambucano. Cada estatística otimista, cada declaração de sucesso, soam como um eco distante que tenta mascarar a dura verdade: a realidade é de um estado em constante derrota, onde a administração se mostra incapaz de conciliar a retórica com as demandas de um povo que clama por mudanças estruturais.

A análise que se encerra neste post não se destina apenas a retratar um cenário de críticas e frustrações, mas constitui um apelo urgente à renovação e à responsabilidade governamental. Pernambuco precisa urgentemente sair do jogo duplo das narrativas – onde palavras sedutoras mascaram uma gestão que falha em agir – e adotar uma postura de ação resoluta, pautada na transparência, na competência e no respeito aos direitos dos cidadãos e dos servidores públicos.

Para que se inicie uma transformação real, é imprescindível que a administração passe da retórica para a prática, implementando reformas estruturais que atendam às demandas crônicas de educação, saúde e segurança. É necessário investir de forma consistente na reestruturação da infraestrutura escolar, garantindo que as instituições de ensino não se convertam em espaços de risco, mas sim em ambientes que promovam o desenvolvimento e a cidadania. No setor da saúde, a urgência de reverter o descaso é sentida diariamente: hospitais que frequentemente deixam de atender com a devida qualidade devem ser revitalizados, equipados e administrados com foco na efetividade do cuidado.

No campo da segurança, a promessa de modernização dos órgãos – especialmente a Polícia Civil – precisa ser acompanhada de medidas concretas, com a destinação de recursos adequados e a implementação de políticas que verdadeiramente reduzam os índices de criminalidade. A população pernambucana, que vive diariamente sob o peso do medo e da vulnerabilidade, merece uma gestão que não se oculte por trás de números abstratos, mas que responda com ações efetivas e reparadoras.

Além disso, as vozes da sociedade, representadas pelos sindicatos, movimentos sociais e cidadãos organizados, clamam por uma administração que se baseie no diálogo e na responsabilidade. Servidores públicos, que carregam o fardo de um sistema negligente, e cidadãos, que experimentam a insegurança e a falta de serviços essenciais, precisam ser ouvidos. A renovação do Estado depende, em grande parte, de uma mudança profunda que não se resuma a discursos poéticos, mas que se materialize em políticas públicas que transformem a realidade.

É fundamental que a governança de Pernambuco reconheça a complexidade dos problemas que enfrenta e abandone o jogo duplo das narrativas ilusórias. A transformação real exige que as promessas de mudança se traduzam em investimentos palpáveis, em políticas estruturais e, sobretudo, em uma cultura de responsabilidade que ultrapasse as fronteiras dos discursos políticos. Somente assim Pernambuco poderá deixar de ser um estado em estado de derrota e emergir como um exemplo de renovação e eficiência na gestão pública.

No entrelace de palavras e promessas, o governo de Raquel Lyra se vê preso em um labirinto de ilusões e inércia – uma retórica encantadora, repleta de discursos líricos e castelos de promessas, que, no entanto, não se traduz em ações concretas para transformar o cotidiano dos pernambucanos. Enquanto a governadora se exibe como a visionária capaz de remodelar o futuro do Estado, a realidade, implacável e crua, revela um Pernambuco que, dia após dia, se afunda mais fundo no descaso e na negligência.

 
 
 

Sob a gestão de Raquel Lyra, Pernambuco tem sido palco de uma verdadeira tempestade administrativa, onde a folha de pagamento – este instrumento basilar da máquina estatal – se converte num mar revolto de erros crônicos. Servidores de todos os cantos do aparato público enfrentam, de forma contínua e implacável, descontos indevidos, a ausência de gratificações essenciais e, em casos extremos, até a suspensão integral dos salários. Dados apurados por sindicatos, como o Sintepe, indicam que desde julho de 2024 os erros se arrastam por seis meses consecutivos: cerca de 79% dos profissionais ainda não receberam o terço constitucional de férias, enquanto 13,4% têm seus vencimentos pagos abaixo do correto, e percentuais menores – porém não menos significativos – relatam a ausência de benefícios como a Gratificação da Educação Inclusiva.

Reprodução Sintepe - Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco
Reprodução Sintepe - Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco

Essa realidade, longe de ser um mero descuidado técnico, reflete uma estratégia – por vezes sutil e, em outras, abertamente agressiva – de enfraquecimento dos quadros que ousam questionar as políticas do governo. O TCE-PE, atento a cada incoerência, já recebeu inúmeras denúncias e instaurou investigações que buscam desvelar uma trama que, ironicamente, se disfarça de “limpeza” administrativa. Enquanto o governo se gaba de modernizar e depurar a máquina pública, a perseguição política se manifesta nos recortes imprecisos da folha de pagamento, convertendo o salário de cada servidor em um número truncado, como se o valor de seu trabalho fosse suscetível de ajustes arbitrários.

Nesse cenário, o servidor público – aquele que, com afinco e dedicação, contribui para a engrenagem do Estado – se vê não apenas lesado financeiramente, mas também humilhado pela própria instituição que deveria protegê-lo. A crítica é tão afiada quanto o humor sagaz que se faz necessário para enfrentar a realidade: é quase como se a administração tentasse “limpar” a máquina pública com um pincel torto, atingindo indiscriminadamente os profissionais que, ironicamente, sustentam o próprio aparato estatal.

No palco da negligência, o servidor se transforma na vítima silenciosa de uma administração que prioriza a narrativa política em detrimento da essência do serviço público. Cada erro na folha de pagamento não é somente uma falha contábil – é o reflexo de um descaso institucional que, por sua vez, corrói a qualidade dos serviços prestados à população. A constante omissão em corrigir esses equívocos cria um clima de desconfiança, um desgaste que se acumula como um pó invisível sobre a credibilidade do Estado.

Ao negligenciar os direitos básicos dos trabalhadores, o governo acaba por semear o terreno fértil da impunidade. Enquanto se exaltam em discursos de inovação e combate à corrupção, as denúncias – meticulosamente registradas por sindicatos como o Sintepe – denunciam uma realidade amarga: servidores desvalorizados, com salários que parecem flutuar num limbo de incertezas, e uma administração que, em vez de agir, parece optar por esquecer. É uma crônica de silêncio e omissão, onde cada folha errada narra a história de uma justiça adormecida, incapaz de reverter a maré de descaso que atinge a todos.

O humor rápido e irônico se mistura a uma visão quase trágica: enquanto o governo se exibe em gestos simbólicos e retóricas inflamadas, a verdadeira batalha se trava na rotina diária dos servidores, que aguardam por correções que parecem nunca chegar. Esse teatro de aparências não só fere os direitos dos trabalhadores, mas também compromete a prestação de serviços públicos essenciais, ampliando o ceticismo da população e o desgaste institucional.

 
 
 
  • Foto do escritor: Raul Silva
    Raul Silva
  • 14 de mar.
  • 2 min de leitura

Sob o comando de Raquel Lyra, a narrativa oficial – encabeçada pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco - SDS/PE – ostenta gráficos que, com precisão matemática, apontam para uma queda nos índices de homicídios. Em comunicados e painéis estatísticos, o governo exibe números que sugerem um progresso rumo à redução da violência. No entanto, a realidade que se desenrola nas ruas de Pernambuco revela uma faceta completamente distinta e alarmante.

Em bairros periféricos, nas comunidades esquecidas e até mesmo em centros urbanos, a população convive com uma criminalidade que beira o bárbaro: furtos, assaltos violentos, roubos a mão armada e uma série de delitos cotidianos se acumulam num cenário de desamparo. Relatos contundentes, coletados por veículos como o Diário de Pernambuco e o G1 Pernambuco, demonstram que, embora os números oficiais pintem um quadro de melhora, o dia a dia dos cidadãos é marcado por episódios de violência brutal que desafiam qualquer tentativa de “modernização” prometida pelo governo.

Reprodução Sinpol PE
Reprodução Sinpol PE

A Polícia Civil, que deveria ser o braço forte no combate à criminalidade, permanece, na prática, sucateada e sem a reestruturação necessária. Promessas de investimento e de reformulação que se repetem em discursos oficiais acabam por se dissolver diante de um aparato que continua definhando em meio a cortes orçamentários e à falta de recursos modernos. Essa dicotomia entre os dados apresentados e o real estado de emergência vivenciado nas ruas acentua o abismo entre a retórica do progresso e o descaso com a segurança pública.

É quase tragicômico observar como a administração tenta encobrir o clamor popular com a poesia dos gráficos. Enquanto discursos oficiais exaltam a “redução dos homicídios” e pintam um cenário de ordem e disciplina, a população se vê obrigada a encarar a outra face da moeda: um cotidiano permeado pelo medo e pela insegurança. Nas esquinas de cidades e vilarejos, o som de sirenes não traz consolo, mas o alerta de que a proteção estatal se faz cada vez mais rara.

A ironia se faz presente quando, ao mesmo tempo que os dados oficiais afirmam avanços, as ruas se transformam num palco onde a violência é o protagonista. O cidadão, em seu trajeto diário, se depara com a realidade nua e crua dos crimes – uma “poesia do medo” que, ao contrário dos versos oficiais, rima com desamparo e negligência. É o mesmo governo que, com palavras bem elaboradas, promete segurança e ordem, mas que na prática deixa a Polícia Civil definhada, incapaz de transformar promessas em ações concretas.

O contraste é gritante: enquanto os números oficiais tentam emoldurar uma realidade promissora, o pulsar das ruas – com seus relatos angustiantes e seu terror silencioso – revela um estado de emergência que se perpetua. Essa disparidade evidencia não apenas uma falha administrativa, mas também uma profunda crise de confiança entre o poder público e o povo, onde cada estatística parece contar uma história distante da vivência daqueles que, dia após dia, enfrentam a violência sem o respaldo do Estado.


 
 
 
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