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Política

Da Redação de O estopim | 14 de Dezembro de 2025


A manhã deste domingo (14) em Arcoverde foi marcada por uma intensa mobilização política no Pátio da Feira de São Cristóvão. Atendendo a uma convocação nacional, o Partido dos Trabalhadores (PT), juntamente com uma ampla coalizão de movimentos de esquerda — incluindo PCdoB, PCBR, Unidade Popular (UP), UJS e sindicatos como SINTEPE e SINTEMA —, realizou um ato público contra as recentes manobras do Congresso Nacional, especificamente a aprovação do PL da Dosimetria e a discussão sobre anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.


Atendendo a uma convocação nacional, o Partido dos Trabalhadores (PT), juntamente com uma ampla coalizão de movimentos de esquerda realizou um ato público contra as recentes manobras do Congresso Nacional - Foto: Luísa Macedo/JPT Pernambuco
Atendendo a uma convocação nacional, o Partido dos Trabalhadores (PT), juntamente com uma ampla coalizão de movimentos de esquerda realizou um ato público contra as recentes manobras do Congresso Nacional - Foto: Luísa Macedo/JPT Pernambuco

A denúncia da "madrugada" legislativa e o Orçamento Secreto Arcoverde


O movimento criticou duramente o modus operandi do Legislativo. Ressaltando que as medidas aprovadas recentemente em Brasília ocorreram na "calada da noite", o que evidencia que tais pautas contrariam os interesses populares. Os lideres presentes explicaram didaticamente aos feirantes o conceito do chamado "orçamento secreto", classificando-o como uma farra de 50 bilhões de reais anuais destinados a emendas sem transparência, comparando a situação a uma "casa da mãe Joana".


O militantes também abordaram a disparidade do sistema judiciário, contrastando a situação de 300 mil brasileiros encarcerados sem julgamento com a pena branda de dois anos proposta para quem atenta contra o Estado Democrático de Direito. Saíram ainda em defesa do deputado Glauber Braga, alvo de processo de cassação, argumentando que a perseguição se deve justamente à postura combativa do parlamentar contra os esquemas de corrupção.


PCdoB, PCBR, Unidade Popular (UP), UJS e sindicatos como SINTEPE e SINTEMA estiveram presentes nos atos de 14 de dezembro de 2025 em Arocverde - Foto: Luísa Macedo/JPT Pernambuco
PCdoB, PCBR, Unidade Popular (UP), UJS e sindicatos como SINTEPE e SINTEMA estiveram presentes nos atos de 14 de dezembro de 2025 em Arocverde - Foto: Luísa Macedo/JPT Pernambuco

Defesa da Democracia e conquistas trabalhistas


A União da Juventude Socialista (UJS) e o PCdoB, focou sua fala no perigo real que a democracia brasileira enfrentou. Alertando que a aprovação do PL da Dosimetria visa conceder penas mínimas aos artífices do 8 de janeiro, lembrando que, sem a mobilização popular, o país poderia estar vivendo sob uma nova ditadura. Reforçou também que a democracia foi reconquistada em 1985 com muito sangue e que não se pode aceitar a redução de penas para quem tentou assassinar autoridades e invadir os Três Poderes.


Em um segundo momento, conectou a luta democrática às conquistas econômicas, citando a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco mil reais e a batalha pelo fim da escala de trabalho 6x1, a qual descreveu como um regime que priva o trabalhador do acesso à cultura e ao lazer. E também criticou os parlamentares que visitam a cidade apenas em épocas festivas, ignorando problemas estruturais como a falta de ambulâncias no hospital municipal.


Partido dos Trabalhadores de Arcoverde - Foto: Luísa Macedo/JPT Pernambuco
Partido dos Trabalhadores de Arcoverde - Foto: Luísa Macedo/JPT Pernambuco

Crítica ao coronelismo e à Saúde Pública


O evento trouxe o debate para a realidade local e a consciência de classe. Argumentando que a maioria dos eleitos não representa quem "trabalha de sol a sol", mas sim interesses de manutenção de poder e privilégios, citando como exemplo o aumento dos próprios salários pelos parlamentares.


Em tom contundente, nomeou figuras da política pernambucana, como a governadora Raquel Lyra, que na visão dos presentes estaria destruindo a Cidade e por conseguinte o Estado, e parlamentares como os da família Tércio, Fernando Rodolfo e os Ferreira. A população foi convocada a não votar mais naqueles que exploram o povo e negligenciam a situação precária do Hospital Regional de Arcoverde. Os programas sociais como o Bolsa Família, foram defendidos com o argumento de que são instrumentos essenciais para a liberdade e autonomia da população.


Sindicatos e a memória da Ditadura


Representando o SINTEPE, a professora Sueli Maria, coordenadora do Núcleo Regional do Sindicato em Arcoverde, endossou as falas anteriores e agradeceu as exposições de outros companheiros. Ela enfatizou a necessidade de manter viva a memória sobre o que foi a ditadura militar, rebatendo o revisionismo histórico. Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, a sindicalista foi taxativa ao afirmar que ele não é inocente, ressaltando que o devido processo legal foi respeitado e que as provas contra ele foram muitas vezes produzidas pelo próprio ex-mandatário. Ela encerrou sua participação com um apelo para que a população escolha representantes que trabalhem a favor do povo nas próximas eleições, sob o grito de "ditadura nunca mais".


O ato foi concluído no final da manhã, reafirmando a vigilância dos movimentos sociais de Arcoverde contra qualquer tentativa de anistia a golpistas e em defesa dos direitos da classe trabalhadora.


Palavras-chave: Ato contra anistia; PL da Dosimetria; Arcoverde PE; 8 de janeiro; Esquerda Pernambuco.

 
 
 

Enquanto governadores aliados usam a polícia para calar as ruas no Sudeste, o feudo eleitoral do Presidente da Câmara implode sob gritos de "traidor" e denúncias de corrupção.


Da Redação do Estopim | 14 de Dezembro de 2025


O sertão virou mar de gente e o "coronelismo" naufragou. Neste domingo (14), a Paraíba não apenas aderiu aos protestos nacionais contra o PL da Dosimetria; ela protagonizou uma revolta política sem precedentes contra seu filho mais ilustre e, agora, mais odiado: Hugo Motta (Republicanos-PB). De João Pessoa ao alto sertão, o estado enviou um recado claro: a blindagem política da família Motta, construída à base de assistencialismo e verbas federais, ruiu diante da indignação popular.


O que se viu em cidades como Patos, Sousa e Cajazeiras não foi apenas uma manifestação, mas um levante contra um esquema de poder que, de Brasília, tenta legislar a impunidade enquanto, localmente, opera sob a sombra de suspeitas e desmandos.


Patos: O "curral" de Hugo Motta que virou trincheira


O golpe mais duro veio de casa. Em Patos, cidade administrada pelo pai de Hugo, o prefeito Nabor Wanderley (Republicanos), a Praça Edivaldo Mota foi tomada por uma multidão enfurecida. O que historicamente era um "curral eleitoral" seguro transformou-se no epicentro da rejeição.


Servidores públicos, movimentos sociais e cidadãos comuns, que antes temiam represálias da máquina municipal, romperam o silêncio. Aos gritos de "Fora Hugo Motta" e "Traidor do Nordeste", os manifestantes expuseram as vísceras da gestão local: enquanto o deputado articula em Brasília a liberdade para golpistas do 8 de janeiro, sua base familiar enfrenta investigações do Ministério Público Federal (MPF) por suspeitas de fraudes e superfaturamento em obras de pavimentação financiadas, ironicamente, por emendas do próprio filho.


O "crime" aqui não é apenas de gestão, mas de lesa-pátria local: usar o mandato para proteger aliados políticos em Brasília enquanto a própria cidade sofre com desvios que corroem a infraestrutura básica.


A conexão da Repressão: O "escudo" dos Governadores


Após concentração, ato seguiu em caminhada pela orla de João Pessoa — Foto: Israel Castro/Arquivo pessoal
Após concentração, ato seguiu em caminhada pela orla de João Pessoa — Foto: Israel Castro/Arquivo pessoal

A revolta na Paraíba ganha contornos ainda mais dramáticos quando contrastada com a atuação dos aliados de Motta no resto do país. Para proteger o artífice da anistia, governadores como Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG) não hesitaram em cometer abusos de autoridade, utilizando as Polícias Militares e órgãos de trânsito para boicotar caravanas e intimidar manifestantes.


Há um elo criminoso e político evidente nessas atitudes:


  1. Proteção Mútua: Tarcísio e Zema reprimem as ruas para garantir que o PL da Dosimetria — vital para o bolsonarismo — sobreviva.

  2. A Troca: Em troca desse "escudo policial" no Sudeste, Hugo Motta usa a presidência da Câmara para travar pautas de interesse social e acelerar a agenda de impunidade que beneficia seus padrinhos políticos.


Na Paraíba, contudo, a polícia não conseguiu, ou não ousou, conter a massa. A tentativa de importar a repressão falhou diante da magnitude da traição sentida pelo eleitorado, majoritariamente lulista, que vê em Motta não mais um representante, mas um sabotador da democracia.


O fim da linha: Um "cadáver político" em 2026?


Os protestos em Sousa e Cajazeiras, cidades polo que também registraram atos massivos, mostram que a metástase da rejeição atingiu todo o corpo político do estado. Aliados históricos, como o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), já sinalizam o desembarque, criticando abertamente o "passo perigosíssimo" dado por Motta com o PL da Dosimetria.


Hugo Motta cometeu o erro fatal de qualquer oligarca: subestimou a inteligência de seu povo. Ao tentar vender a anistia de Bolsonaro em troca de apoio para suas ambições pessoais, incluindo negócios suspeitos de compra de gado com Arthur Lira  e a proteção do mandato do pai, ele incendiou sua própria casa.


A Paraíba está em chamas, e a fumaça que sobe de Patos sinaliza que, para Hugo Motta, o caminho para 2026 não será de reeleição triunfante, mas de um julgamento implacável nas urnas. O "Centrão" pode ter a polícia e a caneta, mas, como provou este domingo, não tem mais o controle das ruas.


Palavras-chave: Protesto Patos Hugo Motta; Colapso Base Hugo Motta Paraíba; Nabor Wanderley Investigação MPF; Manifestação Sousa Cajazeiras; Traição Política Nordeste

 
 
 

De blitze "fantasmas" em Minas Gerais à intimidação ostensiva na Avenida Paulista, governos estaduais transformaram a máquina pública em escudo para Hugo Motta e o projeto de impunidade.


Da Redação de O estopim | 14 de Dezembro de 2025


Jorginho Mello nega, mas fechamento da ponte Hercílio Luz em dia de ato gera críticas | Manifestantes se reuniram na cabeceira da ponte Hercílio Luz em frente ao Parque da Luz. – Foto: Nicolas Horácio/ND
Jorginho Mello nega, mas fechamento da ponte Hercílio Luz em dia de ato gera críticas | Manifestantes se reuniram na cabeceira da ponte Hercílio Luz em frente ao Parque da Luz. – Foto: Nicolas Horácio/ND

O direito constitucional à livre manifestação foi sitiado neste domingo (14). Enquanto milhares de brasileiros tentavam chegar às capitais para gritar "Sem Anistia" contra o famigerado PL da Dosimetria (PL 2.162/2023), encontraram pela frente não apenas adversários políticos, mas o próprio peso do Estado operando na ilegalidade. Uma investigação detalhada sobre os eventos deste domingo revela um padrão coordenado de repressão administrativa: o uso de burocracia, fiscalização viária e aparato policial para impedir que a indignação popular chegasse às portas do poder.


O que assistimos não foi gestão de segurança pública, mas um crime de responsabilidade e abuso de autoridade cometido à luz do dia por governadores que transformaram suas polícias em milícias partidárias para proteger o acordo de impunidade selado em Brasília.


Em Santa Catarina manifestantes acusam o Governador Jorginho Mello de mandar a PM para dispersar e impedir as manifestações | Fontes: Seja de Esquerda (@sejadeesquerda); Esquerda Pensante (@esquerdapensante) Instagram

Minas Gerais: O "cerco logístico" de Romeu Zema anistia


Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) reeditou táticas de "guerra híbrida". Longe das bombas de gás, a repressão veio disfarçada de "fiscalização de trânsito". Relatos de movimentos sociais e sindicais confirmam que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG) e a Polícia Militar Rodoviária montaram um verdadeiro cerco às caravanas que partiam do interior com destino a Belo Horizonte e Brasília.


Belo Horizonte tem ato contra PL da Dosimetria neste domingo — Foto: Daniel Vilas Boas/TV Globo
Belo Horizonte tem ato contra PL da Dosimetria neste domingo — Foto: Daniel Vilas Boas/TV Globo

Utilizando-se de decretos estaduais restritivos sobre fretamento (normas que exigem listas de passageiros com antecedência impraticável e impõem o "circuito fechado" rígido), o governo mineiro reteve dezenas de ônibus sob pretextos técnicos pífios. Não se tratava de segurança viária, mas de boicote político. Ao impedir o deslocamento de manifestantes de cidades polo como Uberlândia e Juiz de Fora, Zema violou o direito de ir e vir para blindar seus aliados em Brasília, atuando como um "porteiro" da impunidade.


São Paulo: A intimidação fardada de Tarcísio e Derrite


Se em Minas a repressão foi burocrática, em São Paulo ela foi ostensiva. A Avenida Paulista, palco histórico da democracia, foi transformada em uma praça de guerra "fria" pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seu Secretário de Segurança, Guilherme Derrite.


Manifestação na Avenida Paulista | Foto: William Cardoso/Metrópoles
Manifestação na Avenida Paulista | Foto: William Cardoso/Metrópoles

A Polícia Militar de São Paulo (PMSP) montou barreiras de revista invasivas e desproporcionais, criando um clima de criminalização prévia de quem vestia vermelho ou carregava faixas contra a anistia. A tática de "saturação de área" não visava proteger os manifestantes, mas desencorajar a adesão da classe média e das famílias.


Esta postura não é um acidente, mas política de Estado. Sob a gestão Derrite, a letalidade policial explodiu e a politização da tropa tornou-se evidente. Ao tratar o movimento "Sem Anistia" como inimigo interno, Tarcísio de Freitas usa a força pública para sinalizar lealdade ao bolsonarismo, protegendo a retaguarda política do PL da Dosimetria, projeto que beneficia diretamente seu padrinho político.


O Elo Perdido: Por que Reprimir Agora?


A coordenação desses atos de boicote revela o medo real que tomou conta do "Centrão" e da direita bolsonarista. A aprovação do PL da Dosimetria na madrugada, com manobras autoritárias de Hugo Motta, incluindo corte de sinal da TV Câmara e agressão a deputados, gerou uma rejeição de 72,8% nas redes sociais, algo inédito para um Presidente da Câmara em início de gestão.


Os governadores Tarcísio e Zema, assim como o clã Motta, sabem que a imagem de um "Congresso Inimigo do Povo"  nas ruas pode inviabilizar não apenas a anistia de Bolsonaro, mas seus próprios projetos de poder para 2026. O uso da máquina pública para sabotar o dia 14 de dezembro foi uma tentativa desesperada de esconder o óbvio: o pacto pela impunidade não tem respaldo popular.


Ao transformarem órgãos de trânsito e batalhões de choque em guardas-costas de políticos corruptos, esses governantes cometeram desvio de finalidade. Eles provaram que, para salvar a pele de seus aliados, estão dispostos a rasgar a Constituição e tratar o povo brasileiro como inimigo do Estado.


Palavras-Chave: Repressão Policial 14 Dezembro; Boicote Manifestações PL Dosimetria; Protestos Fora Hugo Motta Paraíba; PL da Dosimetria Anistia Golpistas; Governo Tarcísio Zema Boicote.

 
 
 
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