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    Redação d'O estopim
  • 16 de ago.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 27 de ago.

O Teoria Literária nasceu pequeno, como tantos projetos que cabem numa mesa de aula: um exercício de Jornalismo Digital, construído para testar formatos, vozes e enquadramentos. A proposta era simples — discutir livros, teorias e leituras de mundo com método e clareza —, mas o caminho logo pediu mais: pesquisa, roteiro, entrevistas, diálogo com a cultura e com a política. Aos poucos, o que era laboratório virou prática pública: um podcast publicado em plataformas abertas, com pauta, edição e compromisso de checagem.


Identidade visual - O estopim
Identidade visual - O estopim

O percurso, porém, não foi linear. Em março de 2023, o canal Mundi Ex-Libri — arquivo de uma década de trabalho — saiu do ar. Sem aviso útil, sem possibilidade real de recuperação, o resultado foi o silêncio de centenas de vídeos e o desalento de quem produz. O próprio autor registrou: “Perdi meu antigo canal, o Mundi Ex-Libri. Pensei em desistir.” O luto por um acervo inteiro foi público; o vínculo com a comunidade de leitores e ouvintes, também.


Desistir, no entanto, teria sido aceitar a lógica do ruído. O podcast tornou-se então a ponte entre duas formações que sempre se tocaram: a bagagem do curso de Letras e das especializações em literatura, de um lado; a experiência de Jornalismo Digital, do outro. A literatura, tratada com rigor conceitual, passou a funcionar como método para ler a realidade — e não como fuga dela. Assim, episódios sobre obras e autores abriram espaço para perguntas sobre linguagem, poder e imaginário político; para entrevistas e debates que cruzam a biblioteca com a rua.


Esse deslocamento ganhou corpo também fora do estúdio. Em sala de aula, o professor observou novas formas de crença e desinformação; na redação e no microfone da Rádio Itapuama FM, o jornalista testemunhou a velocidade com que boatos se convertem em pauta e em decisão. Diante da máquina de fake news, o programa recalibrou vocabulário e propósito: menos jargão, mais explicação; menos culto ao “hot take”, mais paciência analítica. O resultado foram textos e áudios que conectam literatura a política, educação e sociedade — um arco temático que reflete a prática profissional na emissora e a convicção de que jornalismo e educação caminham juntos.


Chegou então a hora de nomear essa virada. O estopim nasce como guarda-chuva editorial do projeto — um site pessoal de jornalismo que organiza o trabalho acumulado e abre novas frentes: análises, explicadores, entrevistas, reportagens e resenhas que iluminam o Brasil e o mundo com método, contexto e linguagem clara. O podcast segue integrado ao ecossistema, publicado nas principais plataformas e em diálogo permanente com o site: a palavra como faísca, a verificação como rotina, a audiência como parte da pauta.


Esta é, portanto, a história de um arquivo perdido e de um caminho reencontrado. Do Mundi Ex-Libri à consolidação do Teoria Literária, e daqui ao O estopim, persiste uma mesma ética de trabalho: servir ao público com informação verificada, ler o presente com ferramentas da crítica e recusar atalhos que trocam complexidade por barulho. Se o antigo canal foi apagado, não se apagou o compromisso. Ele apenas mudou de casa — e ampliou o seu alcance.

 
 
 

Raul Silva - Radar Literário


O ano de 2025 promete ser um marco para os amantes da literatura, com o lançamento de obras que abrangem diversos gêneros e estilos. De romances históricos a biografias reveladoras, passando por ficção científica e poesia, os leitores terão à disposição uma variedade de títulos que prometem enriquecer o panorama literário. A seguir, apresentamos dez lançamentos que merecem destaque e que certamente estarão no radar de todos os leitores ávidos por novas experiências literárias.


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1. "A Contagem dos Sonhos" de Chimamanda Ngozi Adichie


A renomada autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie retorna às prateleiras com "A Contagem dos Sonhos", uma obra que promete aprofundar-se nas complexidades da identidade e da diáspora africana. Adichie, conhecida por "Americanah" e "Sejamos Todos Feministas", traz uma narrativa que explora as nuances da experiência africana contemporânea, oferecendo uma reflexão profunda sobre pertencimento e memória.


2. "O Jardim das Oliveiras" de Adélia Prado


A consagrada poetisa brasileira Adélia Prado apresenta "O Jardim das Oliveiras", uma coletânea que reúne poemas inéditos, refletindo sobre temas como fé, amor e a busca por sentido na vida cotidiana. Adélia, que já encantou leitores com "Bagagem" e "O Coração Disparado", continua a sua jornada poética com uma obra que promete tocar profundamente o coração dos leitores.


3. "Meu Nome é Emilia del Valle" de Isabel Allende


A escritora chilena Isabel Allende retorna com "Meu Nome é Emilia del Valle", um romance histórico que narra a trajetória de Emilia, uma jovem escritora e jornalista que se vê envolvida em uma guerra civil iminente no Chile. Allende, autora de bestsellers como "A Casa dos Espíritos" e "Eva Luna", oferece uma narrativa rica em detalhes históricos e emocionais, transportando o leitor para um período turbulento da história chilena.


4. "Esperança" de Papa Francisco


Em sua primeira autobiografia, "Esperança", o Papa Francisco compartilha memórias e reflexões sobre seu pontificado, abordando temas como guerras, migração, crise ambiental e o futuro da Igreja. Esta obra oferece uma visão íntima e profunda sobre a vida e os desafios enfrentados pelo líder religioso, proporcionando aos leitores uma compreensão mais próxima de sua visão e missão.


5. "Ainda Estou Aqui" de Marcelo Rubens Paiva


Marcelo Rubens Paiva apresenta "Ainda Estou Aqui", uma obra que retrata a história de sua mãe, Eunice Paiva, mulher de muitas vidas que enfrentou desafios pessoais e políticos com coragem e determinação. Através de uma narrativa sensível e comovente, Paiva homenageia a memória de sua mãe e reflete sobre a história recente do Brasil.


6. "Amoras" de Emicida


O rapper e escritor Emicida lança "Amoras", um livro infantil inspirado em sua música homônima. Com ilustrações de Aldo Fabrini, a obra celebra a importância do autoconhecimento e do orgulho da identidade desde a infância, incentivando as crianças a se reconhecerem e se valorizarem.


7. "O Avesso da Pele" de Jeferson Tenório


Vencedor do Prêmio Jabuti 2021, Jeferson Tenório apresenta "O Avesso da Pele", uma narrativa que explora as complexidades das relações familiares e as questões raciais no Brasil contemporâneo. Através da história de Pedro, o autor oferece uma reflexão profunda sobre identidade, pertencimento e as cicatrizes deixadas pelo racismo estrutural.


8. "O Capital Para Crianças" de Joan R. Riera


Joan R. Riera adapta "O Capital" de Karl Marx para o público infantojuvenil em "O Capital Para Crianças". A obra busca apresentar conceitos econômicos complexos de forma acessível e divertida, incentivando os jovens leitores a refletirem sobre questões sociais e econômicas desde cedo.


9. "Cem Anos de Solidão" de Gabriel García Márquez


O clássico de Gabriel García Márquez, "Cem Anos de Solidão", será relançado em uma edição comemorativa, celebrando a obra que narra a história da família Buendía e da fictícia Macondo. Considerado um dos maiores romances do século XX, a obra continua a encantar leitores com sua mistura de realismo mágico e profundidade emocional.


10. "Marielle e Monica: Uma História de Amor e Luta" de Monica Benício


Monica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco, apresenta "Marielle e Monica: Uma História de Amor e Luta", onde compartilha a trajetória de amor e resistência vivida pelo casal. A obra oferece uma visão íntima e comovente sobre a vida de Marielle e o impacto de sua morte, além de refletir sobre a luta por justiça e igualdade no Brasil.


Esses lançamentos prometem enriquecer o cenário literário de 2025, oferecendo aos leitores uma variedade de experiências e reflexões. Fique atento às datas de lançamento e prepare-se para mergulhar nessas obras que certamente deixarão uma marca indelével na literatura contemporânea.


 
 
 

Atualizado: 4 de jan.

Por: Raul Silva, Radar Literário — Arcoverde/PE


Nos últimos anos, o mercado editorial tem assistido a uma transformação significativa na maneira como os livros chegam aos leitores. Um dos fatores determinantes dessa mudança é o papel crescente dos influenciadores digitais no universo literário. Canais no YouTube, perfis no Instagram e no TikTok, conhecidos popularmente como “BookTok”, têm se consolidado como ferramentas estratégicas para editoras que buscam se conectar a um público diverso e, muitas vezes, jovem.


Reprodução: Publish News
Reprodução: Publish News

Segundo dados de uma pesquisa recente conduzida pela Nielsen BookScan, menções de influenciadores digitais podem aumentar em até 60% as vendas de um título específico, especialmente no caso de obras voltadas para o público jovem-adulto e gêneros como fantasia, romance e thrillers psicológicos. Entre os nomes mais conhecidos no Brasil estão Victor Almeida (@GeekFreak), Paola Aleksandra (@LivrosEFuxicos) e, no TikTok, perfis como @LivrosDaBia e @LiteraturaEm30Segundos.


A Estratégia por Trás do Sucesso

Editoras, como Companhia das Letras, Record e Intrínseca, estão investindo pesado em parcerias com criadores de conteúdo. Isso inclui envio de exemplares em primeira mão, participação em eventos literários e até contratos exclusivos para divulgação de lançamentos. Para Fernanda Martins, especialista em marketing editorial, “os influenciadores desempenham um papel essencial porque falam diretamente com uma audiência já engajada, que confia em suas recomendações.”


Outro fenômeno importante é o descomplicamento da linguagem literária. Muitos desses influenciadores utilizam uma abordagem leve e descontraída para abordar temas complexos, tornando clássicos da literatura mais acessíveis. Livros como 1984, de George Orwell, ou O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë, têm ganhado novas edições populares, impulsionadas por desafios e discussões em redes sociais.


Desafios e Controvérsias

Apesar do impacto positivo, a presença dos influenciadores também levanta debates. Alguns críticos apontam para a superficialidade em certas resenhas e a priorização de obras que já possuem grande apelo comercial, em detrimento de títulos independentes ou menos conhecidos. Ainda assim, o consenso entre especialistas é que a influência digital trouxe novos leitores para o mercado.


O Futuro do Marketing Literário

O sucesso dessa estratégia já inspira novas iniciativas. Editoras menores, como a Pólen Livros e a Antofágica, estão investindo em criadores de conteúdo nichados, que discutem temas específicos como poesia, ensaios e literatura negra. Além disso, plataformas de leitura por assinatura, como a Skeelo e o Kindle Unlimited, também estão se aliando a influenciadores para promover seus catálogos.


Com o cenário literário cada vez mais digitalizado, o trabalho desses influenciadores não apenas redefine a forma como lemos, mas também democratiza o acesso ao mundo dos livros. E, para as editoras, parece ser apenas o começo de uma nova era no mercado editorial.



 
 
 
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