A PARAÍBA EM CHAMAS: O colapso da base de Hugo Motta e o fim da "Pax Coronelista"
- Redação d'O estopim

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Enquanto governadores aliados usam a polícia para calar as ruas no Sudeste, o feudo eleitoral do Presidente da Câmara implode sob gritos de "traidor" e denúncias de corrupção.
Da Redação do Estopim | 14 de Dezembro de 2025
O sertão virou mar de gente e o "coronelismo" naufragou. Neste domingo (14), a Paraíba não apenas aderiu aos protestos nacionais contra o PL da Dosimetria; ela protagonizou uma revolta política sem precedentes contra seu filho mais ilustre e, agora, mais odiado: Hugo Motta (Republicanos-PB). De João Pessoa ao alto sertão, o estado enviou um recado claro: a blindagem política da família Motta, construída à base de assistencialismo e verbas federais, ruiu diante da indignação popular.
O que se viu em cidades como Patos, Sousa e Cajazeiras não foi apenas uma manifestação, mas um levante contra um esquema de poder que, de Brasília, tenta legislar a impunidade enquanto, localmente, opera sob a sombra de suspeitas e desmandos.
Patos: O "curral" de Hugo Motta que virou trincheira
O golpe mais duro veio de casa. Em Patos, cidade administrada pelo pai de Hugo, o prefeito Nabor Wanderley (Republicanos), a Praça Edivaldo Mota foi tomada por uma multidão enfurecida. O que historicamente era um "curral eleitoral" seguro transformou-se no epicentro da rejeição.
Servidores públicos, movimentos sociais e cidadãos comuns, que antes temiam represálias da máquina municipal, romperam o silêncio. Aos gritos de "Fora Hugo Motta" e "Traidor do Nordeste", os manifestantes expuseram as vísceras da gestão local: enquanto o deputado articula em Brasília a liberdade para golpistas do 8 de janeiro, sua base familiar enfrenta investigações do Ministério Público Federal (MPF) por suspeitas de fraudes e superfaturamento em obras de pavimentação financiadas, ironicamente, por emendas do próprio filho.
O "crime" aqui não é apenas de gestão, mas de lesa-pátria local: usar o mandato para proteger aliados políticos em Brasília enquanto a própria cidade sofre com desvios que corroem a infraestrutura básica.
A conexão da Repressão: O "escudo" dos Governadores

A revolta na Paraíba ganha contornos ainda mais dramáticos quando contrastada com a atuação dos aliados de Motta no resto do país. Para proteger o artífice da anistia, governadores como Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG) não hesitaram em cometer abusos de autoridade, utilizando as Polícias Militares e órgãos de trânsito para boicotar caravanas e intimidar manifestantes.
Há um elo criminoso e político evidente nessas atitudes:
Proteção Mútua: Tarcísio e Zema reprimem as ruas para garantir que o PL da Dosimetria — vital para o bolsonarismo — sobreviva.
A Troca: Em troca desse "escudo policial" no Sudeste, Hugo Motta usa a presidência da Câmara para travar pautas de interesse social e acelerar a agenda de impunidade que beneficia seus padrinhos políticos.
Na Paraíba, contudo, a polícia não conseguiu, ou não ousou, conter a massa. A tentativa de importar a repressão falhou diante da magnitude da traição sentida pelo eleitorado, majoritariamente lulista, que vê em Motta não mais um representante, mas um sabotador da democracia.
O fim da linha: Um "cadáver político" em 2026?
Os protestos em Sousa e Cajazeiras, cidades polo que também registraram atos massivos, mostram que a metástase da rejeição atingiu todo o corpo político do estado. Aliados históricos, como o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), já sinalizam o desembarque, criticando abertamente o "passo perigosíssimo" dado por Motta com o PL da Dosimetria.
Hugo Motta cometeu o erro fatal de qualquer oligarca: subestimou a inteligência de seu povo. Ao tentar vender a anistia de Bolsonaro em troca de apoio para suas ambições pessoais, incluindo negócios suspeitos de compra de gado com Arthur Lira e a proteção do mandato do pai, ele incendiou sua própria casa.
A Paraíba está em chamas, e a fumaça que sobe de Patos sinaliza que, para Hugo Motta, o caminho para 2026 não será de reeleição triunfante, mas de um julgamento implacável nas urnas. O "Centrão" pode ter a polícia e a caneta, mas, como provou este domingo, não tem mais o controle das ruas.
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