O ESTADO CONTRA O POVO: A "guerra híbrida" dos Governadores para salvar a Anistia
- Redação d'O estopim

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De blitze "fantasmas" em Minas Gerais à intimidação ostensiva na Avenida Paulista, governos estaduais transformaram a máquina pública em escudo para Hugo Motta e o projeto de impunidade.
Da Redação de O estopim | 14 de Dezembro de 2025

O direito constitucional à livre manifestação foi sitiado neste domingo (14). Enquanto milhares de brasileiros tentavam chegar às capitais para gritar "Sem Anistia" contra o famigerado PL da Dosimetria (PL 2.162/2023), encontraram pela frente não apenas adversários políticos, mas o próprio peso do Estado operando na ilegalidade. Uma investigação detalhada sobre os eventos deste domingo revela um padrão coordenado de repressão administrativa: o uso de burocracia, fiscalização viária e aparato policial para impedir que a indignação popular chegasse às portas do poder.
O que assistimos não foi gestão de segurança pública, mas um crime de responsabilidade e abuso de autoridade cometido à luz do dia por governadores que transformaram suas polícias em milícias partidárias para proteger o acordo de impunidade selado em Brasília.
Minas Gerais: O "cerco logístico" de Romeu Zema anistia
Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) reeditou táticas de "guerra híbrida". Longe das bombas de gás, a repressão veio disfarçada de "fiscalização de trânsito". Relatos de movimentos sociais e sindicais confirmam que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG) e a Polícia Militar Rodoviária montaram um verdadeiro cerco às caravanas que partiam do interior com destino a Belo Horizonte e Brasília.

Utilizando-se de decretos estaduais restritivos sobre fretamento (normas que exigem listas de passageiros com antecedência impraticável e impõem o "circuito fechado" rígido), o governo mineiro reteve dezenas de ônibus sob pretextos técnicos pífios. Não se tratava de segurança viária, mas de boicote político. Ao impedir o deslocamento de manifestantes de cidades polo como Uberlândia e Juiz de Fora, Zema violou o direito de ir e vir para blindar seus aliados em Brasília, atuando como um "porteiro" da impunidade.
São Paulo: A intimidação fardada de Tarcísio e Derrite
Se em Minas a repressão foi burocrática, em São Paulo ela foi ostensiva. A Avenida Paulista, palco histórico da democracia, foi transformada em uma praça de guerra "fria" pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seu Secretário de Segurança, Guilherme Derrite.

A Polícia Militar de São Paulo (PMSP) montou barreiras de revista invasivas e desproporcionais, criando um clima de criminalização prévia de quem vestia vermelho ou carregava faixas contra a anistia. A tática de "saturação de área" não visava proteger os manifestantes, mas desencorajar a adesão da classe média e das famílias.
Esta postura não é um acidente, mas política de Estado. Sob a gestão Derrite, a letalidade policial explodiu e a politização da tropa tornou-se evidente. Ao tratar o movimento "Sem Anistia" como inimigo interno, Tarcísio de Freitas usa a força pública para sinalizar lealdade ao bolsonarismo, protegendo a retaguarda política do PL da Dosimetria, projeto que beneficia diretamente seu padrinho político.
O Elo Perdido: Por que Reprimir Agora?
A coordenação desses atos de boicote revela o medo real que tomou conta do "Centrão" e da direita bolsonarista. A aprovação do PL da Dosimetria na madrugada, com manobras autoritárias de Hugo Motta, incluindo corte de sinal da TV Câmara e agressão a deputados, gerou uma rejeição de 72,8% nas redes sociais, algo inédito para um Presidente da Câmara em início de gestão.
Os governadores Tarcísio e Zema, assim como o clã Motta, sabem que a imagem de um "Congresso Inimigo do Povo" nas ruas pode inviabilizar não apenas a anistia de Bolsonaro, mas seus próprios projetos de poder para 2026. O uso da máquina pública para sabotar o dia 14 de dezembro foi uma tentativa desesperada de esconder o óbvio: o pacto pela impunidade não tem respaldo popular.
Ao transformarem órgãos de trânsito e batalhões de choque em guardas-costas de políticos corruptos, esses governantes cometeram desvio de finalidade. Eles provaram que, para salvar a pele de seus aliados, estão dispostos a rasgar a Constituição e tratar o povo brasileiro como inimigo do Estado.
Palavras-Chave: Repressão Policial 14 Dezembro; Boicote Manifestações PL Dosimetria; Protestos Fora Hugo Motta Paraíba; PL da Dosimetria Anistia Golpistas; Governo Tarcísio Zema Boicote.




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