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Raul Silva - Radar Literário


O ano de 2025 promete ser um marco para os amantes da literatura, com o lançamento de obras que abrangem diversos gêneros e estilos. De romances históricos a biografias reveladoras, passando por ficção científica e poesia, os leitores terão à disposição uma variedade de títulos que prometem enriquecer o panorama literário. A seguir, apresentamos dez lançamentos que merecem destaque e que certamente estarão no radar de todos os leitores ávidos por novas experiências literárias.


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1. "A Contagem dos Sonhos" de Chimamanda Ngozi Adichie


A renomada autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie retorna às prateleiras com "A Contagem dos Sonhos", uma obra que promete aprofundar-se nas complexidades da identidade e da diáspora africana. Adichie, conhecida por "Americanah" e "Sejamos Todos Feministas", traz uma narrativa que explora as nuances da experiência africana contemporânea, oferecendo uma reflexão profunda sobre pertencimento e memória.


2. "O Jardim das Oliveiras" de Adélia Prado


A consagrada poetisa brasileira Adélia Prado apresenta "O Jardim das Oliveiras", uma coletânea que reúne poemas inéditos, refletindo sobre temas como fé, amor e a busca por sentido na vida cotidiana. Adélia, que já encantou leitores com "Bagagem" e "O Coração Disparado", continua a sua jornada poética com uma obra que promete tocar profundamente o coração dos leitores.


3. "Meu Nome é Emilia del Valle" de Isabel Allende


A escritora chilena Isabel Allende retorna com "Meu Nome é Emilia del Valle", um romance histórico que narra a trajetória de Emilia, uma jovem escritora e jornalista que se vê envolvida em uma guerra civil iminente no Chile. Allende, autora de bestsellers como "A Casa dos Espíritos" e "Eva Luna", oferece uma narrativa rica em detalhes históricos e emocionais, transportando o leitor para um período turbulento da história chilena.


4. "Esperança" de Papa Francisco


Em sua primeira autobiografia, "Esperança", o Papa Francisco compartilha memórias e reflexões sobre seu pontificado, abordando temas como guerras, migração, crise ambiental e o futuro da Igreja. Esta obra oferece uma visão íntima e profunda sobre a vida e os desafios enfrentados pelo líder religioso, proporcionando aos leitores uma compreensão mais próxima de sua visão e missão.


5. "Ainda Estou Aqui" de Marcelo Rubens Paiva


Marcelo Rubens Paiva apresenta "Ainda Estou Aqui", uma obra que retrata a história de sua mãe, Eunice Paiva, mulher de muitas vidas que enfrentou desafios pessoais e políticos com coragem e determinação. Através de uma narrativa sensível e comovente, Paiva homenageia a memória de sua mãe e reflete sobre a história recente do Brasil.


6. "Amoras" de Emicida


O rapper e escritor Emicida lança "Amoras", um livro infantil inspirado em sua música homônima. Com ilustrações de Aldo Fabrini, a obra celebra a importância do autoconhecimento e do orgulho da identidade desde a infância, incentivando as crianças a se reconhecerem e se valorizarem.


7. "O Avesso da Pele" de Jeferson Tenório


Vencedor do Prêmio Jabuti 2021, Jeferson Tenório apresenta "O Avesso da Pele", uma narrativa que explora as complexidades das relações familiares e as questões raciais no Brasil contemporâneo. Através da história de Pedro, o autor oferece uma reflexão profunda sobre identidade, pertencimento e as cicatrizes deixadas pelo racismo estrutural.


8. "O Capital Para Crianças" de Joan R. Riera


Joan R. Riera adapta "O Capital" de Karl Marx para o público infantojuvenil em "O Capital Para Crianças". A obra busca apresentar conceitos econômicos complexos de forma acessível e divertida, incentivando os jovens leitores a refletirem sobre questões sociais e econômicas desde cedo.


9. "Cem Anos de Solidão" de Gabriel García Márquez


O clássico de Gabriel García Márquez, "Cem Anos de Solidão", será relançado em uma edição comemorativa, celebrando a obra que narra a história da família Buendía e da fictícia Macondo. Considerado um dos maiores romances do século XX, a obra continua a encantar leitores com sua mistura de realismo mágico e profundidade emocional.


10. "Marielle e Monica: Uma História de Amor e Luta" de Monica Benício


Monica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco, apresenta "Marielle e Monica: Uma História de Amor e Luta", onde compartilha a trajetória de amor e resistência vivida pelo casal. A obra oferece uma visão íntima e comovente sobre a vida de Marielle e o impacto de sua morte, além de refletir sobre a luta por justiça e igualdade no Brasil.


Esses lançamentos prometem enriquecer o cenário literário de 2025, oferecendo aos leitores uma variedade de experiências e reflexões. Fique atento às datas de lançamento e prepare-se para mergulhar nessas obras que certamente deixarão uma marca indelével na literatura contemporânea.


 
 
 

Por Raul Silva, Radar Literário


Com o início de 2025, muitos leitores buscam maneiras de ampliar seus hábitos de leitura e estabelecer metas que os conectem ainda mais ao universo literário. Para auxiliar nessa jornada, Raphael Montag, idealizador da Biblioteca Viva em Fortaleza, compartilhou estratégias práticas que prometem ajudar qualquer pessoa a transformar a leitura em um hábito constante e prazeroso. Entre as recomendações, Montag destaca a importância de criar metas realistas, como ler um livro por mês, e estabelecer uma rotina diária de leitura, reservando horários específicos para essa atividade, mesmo que sejam apenas 10 ou 15 minutos por dia. Ele também sugere evitar distrações, como dispositivos eletrônicos, e explorar diferentes gêneros literários, ampliando horizontes e descobrindo novos interesses. Além disso, carregar um livro sempre consigo pode transformar momentos ociosos, como filas ou deslocamentos, em oportunidades valiosas para ler.


Fonte: biblioteca do Wix
Fonte: biblioteca do Wix

Aproveitando o entusiasmo para começar o ano com boas leituras, escritores cearenses renomados e em ascensão indicam obras que prometem cativar e enriquecer os leitores em 2025. Uma das recomendações é o livro “À Cidade”, de Mailson Furtado, poeta cearense vencedor do Prêmio Jabuti. A obra explora a relação íntima entre o indivíduo e o espaço urbano, refletindo sobre identidade e pertencimento. Já Raymundo Netto, escritor e jornalista cearense, sugere sua coletânea de contos “Quando o Amor é de Graça”, que aborda, com sensibilidade e profundidade, as várias facetas do amor e as nuances da vida cotidiana no Ceará.


Outro destaque é o livro “Cearenses Ilustres e Suas Histórias”, de Célia Barreira Queiroz, que mergulha na história de personalidades marcantes do Ceará, oferecendo uma rica perspectiva sobre a cultura local. Os jovens leitores também podem se inspirar nas obras de Taís Assis, uma talentosa escritora cearense de apenas 13 anos. Suas obras, “A Astronauta Mila” e “Entre Bytes e Encantos”, abordam questões modernas, como empoderamento feminino e os desafios da vida digital, com criatividade e frescor.


Essas indicações, somadas às dicas de Raphael Montag, representam uma oportunidade única para transformar 2025 em um ano de verdadeiro enriquecimento literário. Incorporar a leitura na rotina diária e explorar obras que dialoguem com diferentes realidades pode não apenas ampliar o conhecimento, mas também proporcionar momentos de prazer e reflexão. Que este ano seja marcado por novas descobertas e pela criação de um vínculo ainda mais forte entre leitores e livros.

 
 
 
  • Foto do escritor: Raul Silva
    Raul Silva
  • 1 de jan. de 2019
  • 4 min de leitura

Atualizado: 29 de dez. de 2024

Sabe quando você se depara com um texto que aparentemente foi exagerado para se tornar mais dramático ao leitor? Pois é o que acontece aqui, os relatos são muito interessantes, mas às vezes, parece que estou lendo o roteiro de uma série de TV e não o relato de um médico patologista sobre um caso real.


Não que o livro seja de todo ruim, afinal, é preciso tornar o texto “entendível” para leigos da patologia forense e esse é sem dúvida um dos pontos fortes do livro. Contudo, muitas vezes, parece exagerado demais e o texto fica mais parecido com um documentário sensacionalista do Discovery do que com um livro com histórias reais. O autor, ou autores, acabam por sua vez, ganhando pontos com o leitor por escolherem uma forma simples de contar as histórias, fazendo uso vários paralelos com outros casos famosos e de grande repercussão na construção do texto. O que faz com que o livro acabe se saindo bem mais narrativo do que eu pensei que seria a primeira vista.

A narrativa começa com um caso de assassinato de um jovem rapaz negro que foi morto por um homem branco, o que acaba gerando uma grande repercussão nos EUA, principalmente com questões sobre as armas e a luta pelos direitos civis da comunidade afro-americana e termina com um polêmica envolvendo a morte de Vincent Van Gogh. O panorama dos casos é traçado de uma maneira bastante “romantizada”, a única coisa que realmente leva o leitor a ter um frio na barriga é o fato de estes casos serem reais. O livro, na verdade, lembra bastante aqueles documentários do History Channel sobre crimes bárbaros ou perseguições históricas a seriais killers.

O Dr. Di Maio adota uma mesma fórmula ao longo de todo o livro: explana a partir do crime e do que aconteceu, passando pelo ocorrido no dia do crime, pela história da vítima – ou vítimas – e todos os envolvidos no caso, até como a mídia influencia as pessoas com suas próprias deliberações que não vão além do que se diz sobre o que aconteceu, muitas vezes sem examinar os fatos, formando “detetives/investigadores de poltrona” como o próprio autor chama as pessoas que emitem opiniões sobre assuntos que não compreendem ou não têm conhecimento suficiente para compreender. A partir disso ele discorre sobre os aspectos forenses do caso e explica como chegou as conclusões sobre o ocorrido através dos métodos científicos, sempre salientando a imparcialidade da ciência e do perito forense.

A forma de expor os casos é muito interessante e visa a total compreensão do leitor, de modo que, apesar de ser um livro meio técnico sobre crimes, investigação e patologia forense, é muito simples entender como funcionam as investigações e como ocorreram os crimes. Porém, apesar de ser bastante fluído, o livro peca com repetições desnecessárias de informação. Por exemplo, os autores deixam bem claro, o tempo todo, que têm segurança naquilo que estão dizendo e que dominam o assunto. Porém, ficar reafirmando inúmeras vezes o compromisso que têm com a verdade das provas, meio que da margem a algumas interpretações como a de que dizem isso apenas pra se resguardar de processos futuros ou que na verdade estão mais preocupados com suas carreiras, não com os casos, e que dizem isso apenas na tentativa de convencer o leitor a não pensar o contrário. No final eu fiquei meio na dúvida se deveria ou não acreditar no que dizem. O livro, por fim, acaba se transformando em um documento de defesa ao trabalho do patologista forense, que na visão dos autores é baste mal visto pela comunidade médica e muitas vezes mal compreendido pela comunidade jurídica.

Outro aspecto que me deixa com a pulga atrás da orelha, é a tendência do Dr. Vincent di Maio parecer ser meio arrogante e cheio de si em alguns trechos. A impressão que fica é de como se o trabalho de outros nunca fosse tão bom quanto o dele. Não sei se isso se deve a tradução do texto ou a escrita do coautor Ron Francell, mas essa é a sensação que tive em muitas partes do livro. Porém, em outros momentos, o mesmo também se revela bastante humano e emotivo em relação aos aspectos do caso e das pessoas envolvidas. Dessa forma, não consegui formar uma opinião a respeito dele.

No final, o que posso dizer com certeza é que o livro nos dá um novo olhar sobre o trabalho do patologista forense que, em algumas ocasiões, é retratado como um esquisitão que aparenta ter um fetiche com a morte e em outras como um super-herói que precisa resolver sozinho o quebra-cabeça com suas ferramentas tecnológicas de alto nível, por que os outros são incapazes disso. Nesse ponto, os autores foram eficientemente capazes de nos mostrar a verdadeira face desse trabalho, suas principais dificuldades longe das soluções milagrosas das séries de TV, mostrando que nem tudo é como pinta CSI.

Raul G. M. Silva.

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