- Redação d'O estopim

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Da Redação de O estopim | 14 de Dezembro de 2025
A manhã deste domingo (14) em Arcoverde foi marcada por uma intensa mobilização política no Pátio da Feira de São Cristóvão. Atendendo a uma convocação nacional, o Partido dos Trabalhadores (PT), juntamente com uma ampla coalizão de movimentos de esquerda — incluindo PCdoB, PCBR, Unidade Popular (UP), UJS e sindicatos como SINTEPE e SINTEMA —, realizou um ato público contra as recentes manobras do Congresso Nacional, especificamente a aprovação do PL da Dosimetria e a discussão sobre anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

A denúncia da "madrugada" legislativa e o Orçamento Secreto Arcoverde
O movimento criticou duramente o modus operandi do Legislativo. Ressaltando que as medidas aprovadas recentemente em Brasília ocorreram na "calada da noite", o que evidencia que tais pautas contrariam os interesses populares. Os lideres presentes explicaram didaticamente aos feirantes o conceito do chamado "orçamento secreto", classificando-o como uma farra de 50 bilhões de reais anuais destinados a emendas sem transparência, comparando a situação a uma "casa da mãe Joana".
O militantes também abordaram a disparidade do sistema judiciário, contrastando a situação de 300 mil brasileiros encarcerados sem julgamento com a pena branda de dois anos proposta para quem atenta contra o Estado Democrático de Direito. Saíram ainda em defesa do deputado Glauber Braga, alvo de processo de cassação, argumentando que a perseguição se deve justamente à postura combativa do parlamentar contra os esquemas de corrupção.

Defesa da Democracia e conquistas trabalhistas
A União da Juventude Socialista (UJS) e o PCdoB, focou sua fala no perigo real que a democracia brasileira enfrentou. Alertando que a aprovação do PL da Dosimetria visa conceder penas mínimas aos artífices do 8 de janeiro, lembrando que, sem a mobilização popular, o país poderia estar vivendo sob uma nova ditadura. Reforçou também que a democracia foi reconquistada em 1985 com muito sangue e que não se pode aceitar a redução de penas para quem tentou assassinar autoridades e invadir os Três Poderes.
Em um segundo momento, conectou a luta democrática às conquistas econômicas, citando a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco mil reais e a batalha pelo fim da escala de trabalho 6x1, a qual descreveu como um regime que priva o trabalhador do acesso à cultura e ao lazer. E também criticou os parlamentares que visitam a cidade apenas em épocas festivas, ignorando problemas estruturais como a falta de ambulâncias no hospital municipal.

Crítica ao coronelismo e à Saúde Pública
O evento trouxe o debate para a realidade local e a consciência de classe. Argumentando que a maioria dos eleitos não representa quem "trabalha de sol a sol", mas sim interesses de manutenção de poder e privilégios, citando como exemplo o aumento dos próprios salários pelos parlamentares.
Em tom contundente, nomeou figuras da política pernambucana, como a governadora Raquel Lyra, que na visão dos presentes estaria destruindo a Cidade e por conseguinte o Estado, e parlamentares como os da família Tércio, Fernando Rodolfo e os Ferreira. A população foi convocada a não votar mais naqueles que exploram o povo e negligenciam a situação precária do Hospital Regional de Arcoverde. Os programas sociais como o Bolsa Família, foram defendidos com o argumento de que são instrumentos essenciais para a liberdade e autonomia da população.
Sindicatos e a memória da Ditadura
Representando o SINTEPE, a professora Sueli Maria, coordenadora do Núcleo Regional do Sindicato em Arcoverde, endossou as falas anteriores e agradeceu as exposições de outros companheiros. Ela enfatizou a necessidade de manter viva a memória sobre o que foi a ditadura militar, rebatendo o revisionismo histórico. Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, a sindicalista foi taxativa ao afirmar que ele não é inocente, ressaltando que o devido processo legal foi respeitado e que as provas contra ele foram muitas vezes produzidas pelo próprio ex-mandatário. Ela encerrou sua participação com um apelo para que a população escolha representantes que trabalhem a favor do povo nas próximas eleições, sob o grito de "ditadura nunca mais".
O ato foi concluído no final da manhã, reafirmando a vigilância dos movimentos sociais de Arcoverde contra qualquer tentativa de anistia a golpistas e em defesa dos direitos da classe trabalhadora.
Palavras-chave: Ato contra anistia; PL da Dosimetria; Arcoverde PE; 8 de janeiro; Esquerda Pernambuco.






